sábado, 13 de fevereiro de 2010

I'll tell you in another life


when we're both cats.


Acabei de lembrar que vai fazer um ano que fui a um show do Cólera, foi divertido e eu queria que você estivesse lá, seria bem mais divertido, eu até imaginei você lá no show, acho que você estaria bem freneticamente enlouquecido, broto. Eu devo te confessar que com você tudo era mais divertido, até ir para a escola tornava-se um ato agradável, tudo era mais suportável com você ao meu lado.

Eu adorava quando as pessoas te chamavam de “Marcos” e você as interrompia perguntando “Quem é Marcos?”. Eu adorava seu nome, a sua calça jeans preta, seu piercing sem a bolinha, sua risada, quando você ficava vermelho quando eu falava alguma besteira. Do seu jeito escroto pra falar sobre certos assuntos, de todas as nossas conversas incansáveis e sérias no messenger, dos assuntos bobos no Orkut, do seu tom irônico, da sua agendinha azul toda rabiscada por mim, do seu “ironia total agora”, dos seus abraços (raros),do seu gosto musical, das suas coxas sexys, da sua letra feia, das músicas no seu mp3, de quando você ficava com raivinha quando não conseguia resolver algum exercício.

Você faz falta em todos os sentidos; o único que entendia minhas piadas, que amava minha ironia, meus all star, minha parte intelectual e filosófica. E sabe, os meses sem você foram terríveis, claro que não pensei em você todo esse tempo, eu continuei com a minha vida... Mais às vezes você estava ali em alguma conversa, no fundo daquela sala, na carteira vazia ao meu lado, na janelinha do messenger que avisava “Marco. Está online”, nas músicas, em cada garrafa de Heineken que eu consumi nesses meses. E acredita que todos os garotos sabem de você e sabem que eu nunca vou conseguir superar por inteiro o que aconteceu e o que não aconteceu?

Eu fico tão dramática quando o assunto é você, eu sempre quero achar a resposta pra nunca ter coragem de falar com você no messeger, a resposta pra você ter me abandonado ali sozinha, a resposta pra nunca ter acontecido. Nunca chego nessas respostas.

Você acredita que eu ganhei de presente “Vanilla Sky” e troquei por outro filme? Acho que depois de Brilho eterno de uma mente sem lembrança e Donnie Darko, nenhum filme me lembra mais você do Vanilla Sky. Tudo tem esse seu dedo italiano, a música punk, cerveja gelada, filmes alternativos, anarquismo, impropérios, bibliotecas, músicas no mp3.

Eu acredito também que nenhum garoto me entendeu tão bem como você me entendeu, nenhum garoto entendeu realmente o que eu sou e onde quero chegar. Você me descobriu, italiano, descobriu, pesquisou e levou alguns pedaços meus com você.

O mais difícil é saber que era você quem iria me escutar quando eu estivesse puta da vida, você iria me acompanhar quando eu quisesse aprontar, você seria aquele que avisaria que meu rímel borrou enquanto assistíssemos um daqueles dramas beeem deprimentes, você quem iria morrer de rir com meus papos de baixo escalão, quem iria me acompanhar em shows, dividir a conta porque ambos somos brotos sem grana, você pra compreender, você pra fazer rir até chorar.

Você é como um filme, uma pessoa que não existe, um daqueles personagens que me fazem suspirar e querer voar. E eu sei que é você o garoto que sempre irei me lembrar, os outros foram só outros, você foi o meu broto, o meu italiano, o meu garoto coxão, o meu anarquista, o meu irônico, o meu amigo, o mais bonito, simpático, a outra parte do imã que existe (ainda) no meu peito.

E eu posso até soar prepotente aqui mais eu sei que você se lembra de mim e que eu marquei você de alguma forma, nada foi em vão. O beijo que nunca aconteceu, os meus rabiscos na capa dos seus cadernos, o meu estilo que você tanto gostava, minhas filosofias, as palavras bonitas ditas, dos meus abraços (raros), as minhas piadas, minha voz, meu perfume, minhas estórias e ideais que eram (e espero que sejam ainda) iguais aos teus. Nossos dias que viraram memórias, eu tenho certeza absoluta que eu não fui e não serei apenas um capitulo na sua vida, eu serei uma estória.

Eu serei vírgula e você o ponto final. Uma estória muito bacana, perfeita, um casal perfeito- eles diriam.
Somos perfeitos. Somos perfeitos porque nunca existimos, meu querido Marco.


p.s.
e se um dia a gente se encontrar, eu juro não atravessar a rua e te perguntar: “Heineken continua sendo a melhor cerveja do mundo?” e se eu tiver mais coragem eu pergunto porque não somos mais o que éramos.


Stay Beautiful,
PriiiG

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