terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

amar é clichê


sofrer é mais clichê ainda.

É impossível- ele disse.
O sinaleiro fecha, os carros param. As pessoas andam, ela coloca as mãos no bolso e caminha; a vida continua.
Eu não quero mais desviar das pessoas, quero me privar de amores e sofrimentos.

Eu só queria saber (mais uma vez, pela última vez) se existia lá no fundo a chance se eu ser idiota mais uma vez e me deixar levar pelos instintos losers que tenho; sim, existia. Lá estava eu, agoniada, esperando a resposta dele, imaginando e ouvindo as piores músicas possíveis- Stevie Wonder estava na lista-, quando me vi escrevendo para o “Decepção não mata, engorda” a coisa mais absurda de todos os tempos, a coisa mais altruísta e desnecessária que já escrevi com meus aninhos o suficiente pra fazer besteira.

Então imaginem, a garota boba sentada em frente ao computador escrevendo freneticamente sobre algo que ela lá no fundo sabia que não iria acontecer. Como sempre, a voz do fundo sempre acerta. Acabei de escrever e antes de postar, resolvi checar a minha caixa de e-mail pela 14818154ª vez em uma hora, e lá estava, a tão aguardada (e temida) resposta.
Sabem o texto que eu ia postar? Foi automaticamente apagado depois de ter lido a resposta. Vocês devem pensar que fiquei decepcionada e corri pra geladeira atrás de vinho e sorvete. Erraram. Dessa vez eu me senti aliviada pra cacete, de um jeito que não me sentia há muito tempo- a última vez foi quando terminei meu namoro duradouro de 2 semanas-, como se tivessem tirado o mundo das minhas costas.

A verdade é que mulher gosta de sofrer, e sofrer tornou-se algo muito clichê nos dias de hoje, “ah estou triste”...”por que?”...” ah o Ricardão não retornou minha ligação”...”poxa, que canalha”. E eu já fui de clichê demais, já estourei minha cota de clichezices por vida.
Por que eu fiquei aliviada? No fundo- e essa é a mais pura verdade-, eu não queria um “sim” dele, eu nunca quero o “sim”. Pra mim só tem graça quando eu estou apaixonada, quando eu falo “sim, eu quero você” e não quando eles me dizem “sim, eu quero você” e caem de amores por essa narradora que vos fala – apesar de ser míope e baixinha, eu arraso corações quando passo em frente a alguma construção-, porque aí fode tudo e eu não vejo mais graça em nada. Eu gosto dos relacionamentos que eu crio na minha cabeça e não aqueles que eu vivencio e, com ele não seria diferente.

Eu sabia que iria cair de amores por ele no começo (mais uma vez) e depois de alguns dias iria querer expulsa-lo da minha vida. Assim, muito fácil. Eu senti que aquilo era apenas uma ilusão, ele preparou o terreno (mais uma vez) para o quase-sim e não me deu, entende? A verdade é que eu me dei conta de que ele também seria um amor clichê, assim como ele fez antes ele iria me fazer sentir que era a salvação da vida dele, que eu iria salva-lo da vida medíocre que ele leva. Mais eu não vou fazer isso, eu não posso.

Eu não quero me enfiar num rótulo com um cara que teve 2 anos ao meu lado e não soube o que fazer, nunca soube aliviar o meu sofrimento com a porra de um “sim”. Por mais que eu tenha acreditado que ele era a tampa da minha panela inox, ele não era, ele é apenas um cara, como qualquer outro que escreverá depoimentos bregas, sentirá uma necessidade ridícula de falar “eu te amo” a cada minuto no messenger, que não saberá o que conversar e o que fazer comigo. Eu me entedio fácil, e me entediei só com a desculpa meia-boca dele para o “é impossível”.
Resumidamente, apaguei esse cara da minha vida pra sempre, não respondi o e-mail e meu orgulho não está ferido. Ele na verdade não era o certo – e é uma pena que eu tenha desperdiçado dois anos da minha vida acreditando que ele era.

É como meu tio-super-sábio-fã-do-morrisey disse ontem pra mim enquanto eu bêbada reclamava disso com ele, eu serei uma pessoa indecisa, rejeitando rótulos até encontrar o cara que não será só um cara, eu não me sentirei bem com um italiano que prefere um amor com clichês e nem com outro cara que não me faça cair de cabeça na relação, aquele que cara que me tirará de cima do muro e me levará para o lado dele, entende? E meu tio disse mais: eu não devo sofrer toda vez por isso e nem devo me culpar por ser assim, essa é a minha autenticidade, é melhor ficar sozinha do que com um cara que eu realmente não me esforce pra gostar.

O cara certo um dia vai chegar e eu mesma vou me obrigar a vestir um rótulo, ele pode ser o skatista do meu condomínio, aquele rapaz que pega ônibus comigo e sempre me olha mais eu nunca o vejo porque o ônibus está cheio e eu sou míope, aquele rapaz que trabalha na pet shop e me vê passar por ali todas as segundas e quartas exatamente às 14h10. O cara certo vai aparecer e ele não virá em forma de e-mail,ele será uma exceção,como aquele filme que todo mundo odeia mais você gosta, como aquela música que você ouve escondido.

A verdade meus caros e caras é que amar é clichê, e sofrer é mais clichê ainda. Então, se for pra amar amem de verdade e se for pra sofrer, não sofra, encha a cara e continue a vida, sem desviar das pessoas, garrafas de vinho e músicas pop.

“O vento vai dizer lento o que virá”, o último romance um dia irá chegar. Tenha paciência e continue a sorrir, todos os sorrisos e mande todos os italianos, japoneses, americanos, brasileiros, pagodeiros, funkeiros, rockeiros, que acabaram com a sua vida praquele lugar que é mais longe que a puta que pariu.

Seja um meio termo, como eu. E enquanto ele não chega, eu continuo atravessando ruas, cambaleando entre estórias e risadas, ouvindo músicas pop e vivendo, porque cazuza já disse que o tempo não para, e eu não sou ninguém pra discordar disso.

E um dia, eu, você e nós todas(os) iremos encontrar nossa única exceção.

p.s. da narradora:
a little bit Nancy and Sid.

ouvindo: kyle andrews_find Love, let go

- PriiiG

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Here's where the story ends

Um texto que escrevi em 18.06.2009
Dizem que é o meu mais bonitinho...
Enjoy it.





16:02 hrs
Dia frio
Uma música toca ao longe
O barulho dos carros e pessoas conversando...
Olhos focados
Poucas palavras
O sorriso acanhado de quem não sabia o que dizer
Momento perfeito
Interrompido pela obrigação
Momento retomado
Mas não com a mesma razão
Ainda assim tudo está tão lindo
O coração continua vazio
A cabeça continua cheia
Os olhos com ainda mais brilho
O peito palpitando
Aquelas almas tão jovens começam a ansiar
A incerteza de um mundo colide com a estranha beleza
A insegurança que não passa
O relógio que não para
Os dias deles chegarão ao fim
Todas as palavras que podiam ser ditas se perderam
Agora tudo se confunde
A mente da jovem dama se dispersa em meio a tantos sonhos
Ela não consegue parar de olhá-lo
Ele conta mil histórias, mas ela não escuta está muito atenta a aquele belo sorriso
Ele está lindo jovem dama,
Elogie!
Fale que gostou do casaco dele e do cabelo desarrumado
O céu está tão limpo
E ela a fantasiar
Ele está ao seu lado sorrindo
Ao menos fale
Deixe que ele saiba
Como é grande seu coração
Como não queria estar em outro lugar senão aquele
Que de todos só ele faz a diferença
Doce dama não deixe que isso se perca
Não o deixe olhar na outra direção
Abrace-o forte
Diga que é apaixonada por ele
Diga que seus dias são vazios
Mas que ele os completa
Faça valer à pena o último momento que ficarão juntos
Que mesmo ele partindo o seu coração
De nada importa
Pegue-o pela mão
Mostre tudo o que escreveu usando ele como inspiração
Toque a música que você sabe que ele gosta
Seu violão está quebrado mas você ainda pode cantar
Jovem dama olhe pela janela
Esse dia está mais belo do que nunca
Já que tens medo de tudo isso
Ao menos escute o que ele está falando
Isso jovem dama pare de devanear(...)






@JessyMcLovin

sábado, 13 de fevereiro de 2010

I'll tell you in another life


when we're both cats.


Acabei de lembrar que vai fazer um ano que fui a um show do Cólera, foi divertido e eu queria que você estivesse lá, seria bem mais divertido, eu até imaginei você lá no show, acho que você estaria bem freneticamente enlouquecido, broto. Eu devo te confessar que com você tudo era mais divertido, até ir para a escola tornava-se um ato agradável, tudo era mais suportável com você ao meu lado.

Eu adorava quando as pessoas te chamavam de “Marcos” e você as interrompia perguntando “Quem é Marcos?”. Eu adorava seu nome, a sua calça jeans preta, seu piercing sem a bolinha, sua risada, quando você ficava vermelho quando eu falava alguma besteira. Do seu jeito escroto pra falar sobre certos assuntos, de todas as nossas conversas incansáveis e sérias no messenger, dos assuntos bobos no Orkut, do seu tom irônico, da sua agendinha azul toda rabiscada por mim, do seu “ironia total agora”, dos seus abraços (raros),do seu gosto musical, das suas coxas sexys, da sua letra feia, das músicas no seu mp3, de quando você ficava com raivinha quando não conseguia resolver algum exercício.

Você faz falta em todos os sentidos; o único que entendia minhas piadas, que amava minha ironia, meus all star, minha parte intelectual e filosófica. E sabe, os meses sem você foram terríveis, claro que não pensei em você todo esse tempo, eu continuei com a minha vida... Mais às vezes você estava ali em alguma conversa, no fundo daquela sala, na carteira vazia ao meu lado, na janelinha do messenger que avisava “Marco. Está online”, nas músicas, em cada garrafa de Heineken que eu consumi nesses meses. E acredita que todos os garotos sabem de você e sabem que eu nunca vou conseguir superar por inteiro o que aconteceu e o que não aconteceu?

Eu fico tão dramática quando o assunto é você, eu sempre quero achar a resposta pra nunca ter coragem de falar com você no messeger, a resposta pra você ter me abandonado ali sozinha, a resposta pra nunca ter acontecido. Nunca chego nessas respostas.

Você acredita que eu ganhei de presente “Vanilla Sky” e troquei por outro filme? Acho que depois de Brilho eterno de uma mente sem lembrança e Donnie Darko, nenhum filme me lembra mais você do Vanilla Sky. Tudo tem esse seu dedo italiano, a música punk, cerveja gelada, filmes alternativos, anarquismo, impropérios, bibliotecas, músicas no mp3.

Eu acredito também que nenhum garoto me entendeu tão bem como você me entendeu, nenhum garoto entendeu realmente o que eu sou e onde quero chegar. Você me descobriu, italiano, descobriu, pesquisou e levou alguns pedaços meus com você.

O mais difícil é saber que era você quem iria me escutar quando eu estivesse puta da vida, você iria me acompanhar quando eu quisesse aprontar, você seria aquele que avisaria que meu rímel borrou enquanto assistíssemos um daqueles dramas beeem deprimentes, você quem iria morrer de rir com meus papos de baixo escalão, quem iria me acompanhar em shows, dividir a conta porque ambos somos brotos sem grana, você pra compreender, você pra fazer rir até chorar.

Você é como um filme, uma pessoa que não existe, um daqueles personagens que me fazem suspirar e querer voar. E eu sei que é você o garoto que sempre irei me lembrar, os outros foram só outros, você foi o meu broto, o meu italiano, o meu garoto coxão, o meu anarquista, o meu irônico, o meu amigo, o mais bonito, simpático, a outra parte do imã que existe (ainda) no meu peito.

E eu posso até soar prepotente aqui mais eu sei que você se lembra de mim e que eu marquei você de alguma forma, nada foi em vão. O beijo que nunca aconteceu, os meus rabiscos na capa dos seus cadernos, o meu estilo que você tanto gostava, minhas filosofias, as palavras bonitas ditas, dos meus abraços (raros), as minhas piadas, minha voz, meu perfume, minhas estórias e ideais que eram (e espero que sejam ainda) iguais aos teus. Nossos dias que viraram memórias, eu tenho certeza absoluta que eu não fui e não serei apenas um capitulo na sua vida, eu serei uma estória.

Eu serei vírgula e você o ponto final. Uma estória muito bacana, perfeita, um casal perfeito- eles diriam.
Somos perfeitos. Somos perfeitos porque nunca existimos, meu querido Marco.


p.s.
e se um dia a gente se encontrar, eu juro não atravessar a rua e te perguntar: “Heineken continua sendo a melhor cerveja do mundo?” e se eu tiver mais coragem eu pergunto porque não somos mais o que éramos.


Stay Beautiful,
PriiiG

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Verão

Quando chega o verão eu sempre tenho a mesma sensação de familiaridade e conforto de um jeito muito nostálgico, de modo que eu me ponho a pensar que o verão costumava a ser minha estação favorita há alguns anos atrás. E aí eu tento ver o motivo.

Eu me lembro da praia, um fundo musical agitado, roupas curtas, rapazes bonitos e minhas amigas e eu nos divertindo.

Era o começo do verão em minha calçada e quando passava o ano novo tínhamos janeiro inteiro na minha casa da praia e era tão bom!

Eram tantas risadas, fotos esquisitas, vídeos estúpidos e tanta felicidade. Felicidade por ser jovem, por ter a mente tão ampla e a cabeça tão oca.

Não tínhamos a necessidade de ser igual a ninguém naquela época do ano, não nos incomodávamos se nossos cabelos estavam lisos o suficiente, se nossas roupas estavam de acordo com nosso estilo e só queríamos passear e passear e passear.

Tomávamos sorvete o dia todo e o sol era um bom pressagio para nossa manhã, às vezes jogávamos algum jogo de tabuleiro e dormíamos tarde, pois ficávamos contando nossas historias por toda madrugada.

Lembro da risada da minha amiga e sua mala sempre desarrumada. Sinto falta do rímel e do brilho labial que usávamos todas as noites quando saíamos para flertar.

E tinham rapazes absolutamente fantásticos a nosso dispor quando quiséssemos e o modo que nos comportávamos com relação a eles era tão natural e com aquele ar de juventude que hoje já não temos, apesar de continuarmos jovens

Mas isso se deve a novidade de ser adolescente, creio eu. Era o inicio da nossa adolescência, aquela fase que você nunca esquece por ser feliz e descomplicada, quando você não é insegura, você pensa que tudo está em suas mãos, que por ser jovem você consegue tudo.

E acho que aí estava o segredo de ser feliz. Por ter essa sensação de que conseguiríamos tudo que quiséssemos nós realmente conseguíamos.

E eu me lembro de certas coisas que espero nunca esquecer e é por isso que estou escrevendo sobre elas.

Eu me lembro de um cara bonito que segurou minha mão em um show lotado na praia e nós nem nos conhecíamos, eu não fazia idéia de qual era o nome dele ou qualquer coisa assim.Eu me lembro do coração que eu fiz na areia com minhas amigas, em uma noite estrelada e em um cara bêbado tentando agarrar uma delas em meio à multidão de turistas. Eu me lembro das saias sumarias e dos estojos de maquiagem de todas nós

Eu continuo lembrando daquele cara sexy do short vermelho e o cara do Rayban que achamos tão charmoso.

E as cantadas? Continuo lembrando!

Lembro de caras passando e mexendo conosco enquanto mandávamos gravar em nossos chaveiros algo e eu escolhi “the doors” para presentear uma amiga. Todos aparentemente gostavam de Doors e aquilo foi mais que um pretexto para um inicio de conversa.Ou perguntas do tipo “ Você quer fanta, gatinha?” e eu rir e em seguida ir embora dizendo que preferia coca cola.

Temos tantas historias do verão, tantas experiências e por esse motivo é que nessa época do ano eu sinto todo esse conforto de lar, como se meu corpo estivesse esperando mais doses daqueles verões. E eu deixo vocês com esse pensamento sobre o verão, curtam ele, porque vocês se lembrarão dele no futuro.

Um bom verão para todos.

Spread Love!
- Tika Ripper

Made of Bricks—Kate Nash ( preferência para Shit song)
Fluorescent Adolescent – Arctic Monkeys